domingo, 19 de outubro de 2014

O Sangue e As Lágrimas dos Fãs do Olimpo

Parece que foi ontem quando eu abri meu livrinho e li a seguinte frase "Olhe, eu não queria ser um meio-sangue."



Faz cinco anos que eu descobri Percy Jackson. Faz cinco anos que Rick Riordan me conquistou com seu protagonista disléxico, hiperativo e completamente incrível. Faz cinco anos que eu me vi presa em um fandom com tantos feelings que é basicamente impossível parar de ler depois do primeiro capítulo.

Eu, por cinco anos, esperei com ansiosidade cada livro da série Os Heróis do Olimpo ser lançado. E fui lentamente corroída cada vez que Rick torturava meus amados personagens.

Ainda bem que eu sou uma masoquista, senão já tinha ido na casa dele e tido uma conversinha séria.

Capa Linda e Original - recuse imitações
Então, depois de A Casa de Hades (08/10/13) - que infectou meu sistema emocional e me fez ficar ouvindo música depressiva por uma semana - aguardei ansiosamente por O Sangue do Olimpo (07/10/14), já com uma sensação de término em minha vida. E quase entrei em desespero quando descobri que a data de lançamento do livro era a mesma de uma prova importante na faculdade.

Eu sou o tipo de pessoas que lê os livros no mesmo dia do lançamento, seja por causa da incrível ansiedade que me dá, seja pelo meu medo intenso de receber algum spoiler, então fiquei muito frustrada quando soube que eu não poderia fazer isso dessa vez.

Daí veio a solução. Como eu moro em uma cidade e estudo em outra, bastava ler quando estivesse no ônibus.

E foi aí que a solução trouxe outro problema.

Uma breve exemplificação sobre o tipo de pessoa que eu sou quando leio...

Quando Annabeth beijou Percy em A Batalha do Labirinto eu dei um grito e saí pulando e gritando pela casa. Literalmente. Deixei até minha irmã em um estado temporário de choque. 
Quando Bob descobriu a verdade sobre a perda da sua memória, quando as arai atacam Percy e Annabeth, quando Percy descobre que Calypso o amaldiçoou eu saí caminhando pela casa e falando "Não. Não. Não. Não. Isso não pode estar acontecendo. Não. Não. Não." 
Quando Nico saiu do armário assumiu sua paixão secreta para Jason e para o Cupido, eu comecei a cantar 'não se reprima' (é, eu sei, eu sou uma pessoa terrível).

Digamos que eu não reajo normalmente às coisas. 

Digamos que ler esse livro em um ônibus lotado foi um desafio. Tanto por causa do cérebro feminino tomando conta de vez em quando, quanto por causa da incrível história que Rick trouxe dessa vez.

Prometo que não darei spoilers.

Mas foi difícil me conter.

Tecnicamente eu nem me contive direito, já que toda vez que algo acontecia eu olhava e volta com os olhos chispando de animação. Se fosse algo engraçado (leia-se Leo e Percy) ou algo que ativasse o lado feminino do meu cérebro (leia-se Percabeth, Caleo e etc) eu ia tapar a boca porque eu ficava com um sorriso muito idiota no rosto. E no dia seguinte até me perguntaram o que eu estava lendo com tanta inquietação, então provavelmente não fiz um bom trabalho.

O pior foi chegar de noite em casa e terminar o livro sem poder fazer absolutamente nenhum som, porque minha irmã estava dormindo.

Minhas risadas e minhas lágrimas foram silenciosas.

Impressões e Conspirações


A história é magistral, mas o clima é um pouco mais pesado comparado com os livros anteriores, talvez por causa da sensação de fim de mundo no livro ou pela sensação de fim de série na vida real, ou até mesmo porque os acontecimentos foram um pouco mais sérios (exceto pela viagem ao andar de baixo que Percy e Annabeth tiveram). 

O Sangue do Olimpo tem um ritmo frenético (talvez porque eu li em um dia) e angustiante (talvez porque eu não conseguisse parar de ler e ir estudar). Vou avisando, não leia em um dia cheio! Rick recheia esse exemplar com tantos cliffhangers que vai ser praticamente impossível deixar pra mais tarde.

Temos a volta de personagens incríveis que, pra falar a verdade, nunca nos abandonam. Temos a evolução de personagens que sempre estiveram lá, mas você nunca tinha realmente notado (não se preocupem, nenhuma evolução ao estilo de Pokémon como Frank Zhang em A Casa de Hades). E para a insatisfação de alguns (menos pra mim aparentemente, já que sou tão confiante com meus bebês que posso viver com toda e qualquer informação, por menos que ela seja) temos alguns papéis menores para grandes personagens (não foi um spoiler, eu juro! você vai amar todos eles!).

E quanto ao fim, não espere uma conclusão. Rick já avisa há anos que nenhuma de suas séries vai ter um fim definitivo porque ele gosta de escrever continuações e crossovers ele prefere deixar o epílogo na mente do leitor. E hey, se PJO teve HDO, quem não garante que Rick possa vir a escrever uma nova série? (ME DÁ MINHA CONTINUAÇÃO RICK! CONTINUAÇÃO DIRETA! QUERO NEM SABER DE HISTÓRIAS PARALELAS E CONTOS EU QUERO UMA SÉRIE NOVA COM CINCO LIVROS E QUANDO ELA ACABAR EU VOU QUERER OUTRA SÉRIE SAIBA QUE VOCÊ VAI CONTINUAR ESCREVENDO CONTINUAÇÕES ATÉ MORRER!)

Para os fãs de música eu tenho uma playlist em andamento para certos personagens e certos momentos do livro (Pode ser considerado spoiler, mas é só o nome das músicas)

Temos All By Myself (praticamente sempre que Leo aparece e pensa em Calypso, porque ele parte meu coração)
So Cold de Ben Cocks (para todo e qualquer momento de solidão - geralmente Leo, mas essa tocou praticamente o tempo todo em A Casa de Hades)
Salut de Little Mix (pra minha garota Reyna, porque ela incrível e completamente badass e toda girlpower)
E a reprise de Não Se Reprima (para vocês sabem quem)

Eu comecei essa playlist só de zueira, mas talvez acabe criando uma completa...

Foi um ótimo livro.
Foi uma ótima série.
Mas a história acabou. 

NÃO! AINDA NÃO! SÓ VAI ACABAR QUANDO EU DISSER QUE ACABA! NUNCA!

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

The Broken Empire (A História do Menino Lá dos Espinhos)

Comecei a querer ler a Trilogia dos Espinhos por conta de um mau hábito que não consigo largar. Eu amei as capas. Sério.


Acho que não foi só a capa. Eu também amei o título. E a sinopse. E tudo o mais. E olha que eu nem tinha lido a prévia quando decidi: vou ler!

A diferença é que, comparado com Battle Royale que eu também comecei a querer ler só por ver a capa, eu quebrei a cara com esse daqui.

Quatro meses. Foi esse o tempo que eu levei pra finalizar o primeiro livro da série – Prince of Thorns.

A série não é ruim, não, nem um pouco. Eu realmente gostei da trilogia. Mas digamos que, por conta da capa, da sinopse, do alvoroço que esse povo fazia em cima do livro me encheu de expectativas, e digamos que eu esperei mais. Bem mais. Ainda não sei se foi por contar de eu ter lido o livro em inglês. Quem sabe se quando eu reler em português minha opinião mude, mas até lá...

O carinha dos espinhos se chama Jorg. Príncipe Jorg Ancrath. O carinha tem só quatorze anos, mas já se acha o terror dos sete reinos do Império. Sai por aí cometendo maldades porque quer, tacando fogo em tudo porque quer, roubando as pessoas porque quer, enfim, ele faz o que quer porque ele é mau.

Mas ele tem um plano! (por favor, sintam minha ironia) Fazendo tudo isso ele vai, de alguma forma, virar rei e sucessivamente, Imperador...

E é claro que ele tem um passado. Papai nunca tinha tomado conta do pequeno Jorg direito – muito pelo contrário – e quando o príncipe tinha nove anos tinha testemunhado a pior coisa da sua vida. Após a carruagem que ele estava com a mãe e o irmão mais novo ser atacada, a rainha Rowena (é assim mesmo o nome dela?) conseguiu jogar o filho pela janela/porta/nãolembro e ele aterrissou em um arbusto de roseira-brava. Preso pelos grandes espinhos ele não pôde se mover e teve que assistir a mãe e o irmão sendo brutalmente assassinados [Isso não é spoiler, tá na sinopse do livro!] E esse trauma veio a corromper sua mentalidade inocente.

Sim, um passado muito, muito triste. Ainda assim, eu só queria rir sempre que o guri botava a pose de machão.

Por favor, entendam. Eu não odeio Jorg. De forma alguma. É só que, ao saber que o protagonista se tratava de um anti-herói eu esperava alguém mais inteligente, sabe? A atitude dele realmente me irritou no começo. No começo. Eu meio que tinha vontade de dar uns tapas de vez em quando, como se ele fosse uma criança. Não, péra...

Ainda assim, eu perseverei. E diria que sim, valeu a pena. Então, se você abandonou a série porque não aguentou a atitude do Jorg, acredite, a história melhora. Demora de melhorar, mas melhora! Melhora a ponto de eu conseguir superar o moleque birrento que batia o pé pra pegar o trono de volta e finalmente conhecer o menino menos birrento que têm tendência a cometer maldades e compreender que ele faz muita, muita besteira. Acreditem, a primeira melhor coisa a acontecer é você ver que Jorg realmente amadurece.

Sem falar que o estilo de escrita do Mark é excelente. A melhor parte eram os flashbacks. Gente, tinha vez que eu ansiava pelos capítulos situados no passado. Voltar pra poder entender tudo, sabe? Mark deixa de esclarecer tudo propositalmente pra poder contar com os flashbacks, e isso só na hora que ele quiser. Aqui eu afirmo, a divisão história de passado e presente e a revelação gradual de cada um deles foi excelentemente feita, e digamos que foi graças a isso que eu consegui finalizar o primeiro livro. Depois do primeiro tormento livro, os restantes fluíram como água...

Finalizando antes de entrar na Spoiler Zone, eu sinceramente devo dizer que Mark Lawrence subiu gradativamente no meu conceito. Eu senti que acompanhei não só o crescimento de um personagem, mas de um estilo de escrita. A Trilogia dos Espinhos têm seus momentos ruins, mas têm incontáveis momentos incríveis – digo isso no quesito de escrita, porque não acontece quase nada de bom na série – e me garantiu um bom momento de leitura (exceto talvez os quatro meses de leitura no primeiro livro, o resto foi beeeeem mais rápido).

Como seria injusto julgar um livro pela capa, também acho injusto julgar um livro pelos seus primeiros capítulos, ou uma série pelo primeiro livro. Então, aqui vem uma pequena análise de cada livro separadamente. Cuidado, você está prestes a adentrar na Spoiler Zone...