domingo, 2 de novembro de 2014

Gone With My Lágrimas

E mais uma vez trago uma resenha para um blog que praticamente não é lido! (Vou ter que fazer alguma coisa quanto a isso mais tarde...) E mais uma vez trago a recomendação de uma série…

Primeiramente estejam avisados que se você são aversos a mortes de personagens afastem-se daqui, corram enquanto ainda há tempo. Mas se estão dispostos a sacrificarem algumas lágrimas e corações partidos pelo bem de uma excelente leitura, aproximem-se do fogo crianças, mamãe vai contar uma história…

Primeiramente, essa série me provou o quanto um título pode ser fundamental para chamar a atenção de um leitor em busca de novos livro, e também o quão apelativa uma simples frase pode ser.

Gone - O mundo termina aqui

Essa série foi recomendada em um fórum de alguma comunidade do finado orkut (um minuto de silêncio), algumas semanas depois eu não lembrava mais da sinopse ou do nome do autor ou quem foi o bendito que recomendou o livro ou em qual tópico tinha sido. Mas eu lembrava do título e do “slogan”.

Simples, curto e direto:

Gone.
O mundo termina aqui.

 Agora, como a coisa ficava na minha cabeça:

!!! GONE !!!
!!O MUNDO TERMINA AQUI!!
!ME LEIA!

Você provavelmente não sentem o que eu sinto ao ler isso já que eu tenho alguma espécie de doença mental, mas saibam que é algo semelhante à:


por aí…

Mas enfim, comecei a ler a série e apaixonei…

Gone é uma série de seis livros escrita por Michael Grant, e apesar de parecer ser doce e inocente a primeira vista ela realmente vai consumir seu coração pouco a pouco.



Se eu pudesse classificar por “favoritagem” seria algo mais

Lies - leiam com o coração pronto para os golpes 
Fear - leiam com a mente pronta para misteriosidades 
Light - leiam com uma caixa de lenços de papel
Hunger - leiam com a geladeira cheia e um lanchinho do lado
Gone - sem avisos extremos pra esse
Plague - leiam com o corpo pronto, vocês vão precisar

E eu realmente devia divulgar as capas das edições brasileiras da Galera Record - até o momento só os quatro primeiros lançados




Ainda não sei o alvoroço e relação as capas brasileiras, acho tão ruins quanto às americanas, mas...
As americanas relançadas são absolutamente incríveis


Em uma pequena cidade da Califórnia (eu acho) chamada Praia Perdida ocorreu um dos acontecimentos mais sem-noção misteriosos que você já viu por aí. Todas as pessoas com quinze anos ou mais desapareceram sem mais nem menos. Não houve explosão ou clarão ou som, os adultos simplesmente estavam lá e no segundo seguinte não estavam mais.

Foi meu primeiro ponto positivo em relação ao primeiro livro. Nada de enrolação, cotidiano do protagonista, introdução dos personagens, nada disso. A história já começa indo direto ao ponto! O que nos poupa de diálogos maçantes, narrações chatas e a baboseira toda…

Não se preocupem, temos tempo o suficiente para flashbacks e revelações mais tarde.

Voltando...

Os desaparecimentos não foram a pior parte. Ao redor da cidade, encirculando parte do mar, uma parte dos bosques, uma parte do deserto, a área residencial, alguns lagos, a usina e outras partes lá, apareceu uma barreira gigante, translúcida se vista de longe, mas branca leitosa ao se aproximar dela. Bônus: a barreira causa dor se tocada.

Tá, não é bem uma barreira, é uma cúpula. Nem bem uma cúpula, já que ao cavar perto da base descobriu-se que ela continuava eternamente, é uma esfera. E agora temos um bando de crianças entre 0 e 14 anos sem poder sair do lugar e sem nenhuma supervisão adulta. 

Coisa boa é que não podia dar…

Sem professores, polícia ou pais por perto, os mais velhos - e mais malvados - começam a dominar os mais fracos. Os mercados são arrombados, saqueados. Crianças pequenas choram pelas mães, bebês sem entender de nada, rebeldes achando tudo muito bonito e nosso herói Sam Temple sem saber o que fazer.

Ao evitar uma tragédia com o ônibus escolar no passado, nosso protagonista Sam ficou conhecido pelas suas habilidades natas de sempre saber o que fazer em momentos de crise. Bom, essa é uma crise e todos olham para o pequeno Sam (que tem 14 e escapou por pouco de ser levado) em busca de respostas. E o pequeno Sam - que é só uma criança sem muito amor pelos holofotes ou pelo peso que agora recai em seus ombros e só queria poder surfar em paz - também quer algumas explicações.

Explicações que eu não detalharei porque essa resenha vai ser livre de spoilers…

Mas saibam que nem o desaparecimento ou a cúpula são os elementos mais misteriosos (ou originais) da série. Com o passar do tempo vemos crianças com habilidades e comportamentos um tanto inumanos, criaturas se esgueirando nas sombras das minas e nas dunas do deserto, e o temido aniversário de 15 anos, que ninguém tem certeza do que pode trazer…

Falando nisso, note que há uma contagem regressiva.

CAPÍTULO UM - 299 HORAS E 54 MINUTOS

Inicialmente você nem se importa muito com tempo, afinal, ainda tem muita coisa pela frente, mas quando fica algo meio que

CAPÍTULO QUARENTA E CINCO - 14 MINUTOS

Corram para as colinas, a coisa tá ficando séria!!

E agora um pequeno aviso, não comprem esse livro para o seu primo de doze anos! Apesar de ter personagens nessa faixa etária não é para eles que essa história é destinada. Os dois primeiros livros podem até ser leves e meio que inocentes - se você ignorar algumas mortes um pouco cruéis - mas a medida que os livros passam, os recursos vão ficando escassos e a tensão começa a assentar sobre e entre as crianças sobreviventes, a leitura vai ficando cada vez mais pesada e caótica. O que começa com um cenário praiano, com vilões e mocinhos definidos, acaba se tornando um universo praticamente distópico, onde crianças não confiam em ninguém e andam armadas em plena luz do dia.

Creio que falei no início sobre mortes de personagens, não falei? A medida que o ambiente vai decaindo, mais personagens morrem de maneiras mais macabras ainda (quando digo macabras eu realmente quero dizer macabras) ao ponto de eu olhar pro céu e perguntar se aquela era uma versão infanto-juvenil de As Crônicas de Gelo e Fogo.

A série é magicamente escrita (até achei algumas partes semelhantes a BR, como a mania de narrar todo o background de um personagem quando ele aparece e não ser nem um pouco maçante) e bem original. Michael Grant é um dos meus gênios dos plot-twists e dos cliffhangers, e eu achei essa série tão incrível que não consegui parar de ler, e - na época Praga ainda não havia sido lançado pela Galera Record - tive que ler os três livros finais em inglês mesmo.

Com personagens tão humanamente bem criados que você começa a amar alguns e odiar outros conforme o tempo passa, Gone é uma série tão empolgante e frenética (e em alguns momentos tão dark) que é quase impossível se conformar com o tanto de tempo que a Galera Record demora de lançar as versões brasileiras. 

Recado para meus queridos amigos desejosos pelo fim: Vocês não sabem o que está por vir…

Se serve de aviso, o título meio que indica o meu estado quando acabei de ler Light. 


Todos os outros livros foram marcantes e em alguns pontos lindos e engraçados, mas sempre vou me lembrar de Gone como a série infanto-juvenil dark com um pitada de ASoIaF que tirou meus personagens de mim, acabou com minhas noites de sono devido aos seus cliffhangers, e me fez chorar rios quando acabou. Se eu pudesse eu me transformava em Michael Grant para reescrever o fim e criar um final pelo menos um pouco mais feliz para os meus bebês, mas essa luz já apagou.

Gone me consumiu, me consumiu ao ponto de me dar ideias para escrever uma ou duas fanfics algum dia. E mesmo que exista a chance de uma série de televisão nascer desses livros, sei que nada vai mudar o belo, e ao mesmo tempo trágico (sem spoilers!) fim.

Gone foi incrível.

Mas a história acabou. 

(E acabou minha vida, acabou meu coração, acabou tudo!)

domingo, 19 de outubro de 2014

O Sangue e As Lágrimas dos Fãs do Olimpo

Parece que foi ontem quando eu abri meu livrinho e li a seguinte frase "Olhe, eu não queria ser um meio-sangue."



Faz cinco anos que eu descobri Percy Jackson. Faz cinco anos que Rick Riordan me conquistou com seu protagonista disléxico, hiperativo e completamente incrível. Faz cinco anos que eu me vi presa em um fandom com tantos feelings que é basicamente impossível parar de ler depois do primeiro capítulo.

Eu, por cinco anos, esperei com ansiosidade cada livro da série Os Heróis do Olimpo ser lançado. E fui lentamente corroída cada vez que Rick torturava meus amados personagens.

Ainda bem que eu sou uma masoquista, senão já tinha ido na casa dele e tido uma conversinha séria.

Capa Linda e Original - recuse imitações
Então, depois de A Casa de Hades (08/10/13) - que infectou meu sistema emocional e me fez ficar ouvindo música depressiva por uma semana - aguardei ansiosamente por O Sangue do Olimpo (07/10/14), já com uma sensação de término em minha vida. E quase entrei em desespero quando descobri que a data de lançamento do livro era a mesma de uma prova importante na faculdade.

Eu sou o tipo de pessoas que lê os livros no mesmo dia do lançamento, seja por causa da incrível ansiedade que me dá, seja pelo meu medo intenso de receber algum spoiler, então fiquei muito frustrada quando soube que eu não poderia fazer isso dessa vez.

Daí veio a solução. Como eu moro em uma cidade e estudo em outra, bastava ler quando estivesse no ônibus.

E foi aí que a solução trouxe outro problema.

Uma breve exemplificação sobre o tipo de pessoa que eu sou quando leio...

Quando Annabeth beijou Percy em A Batalha do Labirinto eu dei um grito e saí pulando e gritando pela casa. Literalmente. Deixei até minha irmã em um estado temporário de choque. 
Quando Bob descobriu a verdade sobre a perda da sua memória, quando as arai atacam Percy e Annabeth, quando Percy descobre que Calypso o amaldiçoou eu saí caminhando pela casa e falando "Não. Não. Não. Não. Isso não pode estar acontecendo. Não. Não. Não." 
Quando Nico saiu do armário assumiu sua paixão secreta para Jason e para o Cupido, eu comecei a cantar 'não se reprima' (é, eu sei, eu sou uma pessoa terrível).

Digamos que eu não reajo normalmente às coisas. 

Digamos que ler esse livro em um ônibus lotado foi um desafio. Tanto por causa do cérebro feminino tomando conta de vez em quando, quanto por causa da incrível história que Rick trouxe dessa vez.

Prometo que não darei spoilers.

Mas foi difícil me conter.

Tecnicamente eu nem me contive direito, já que toda vez que algo acontecia eu olhava e volta com os olhos chispando de animação. Se fosse algo engraçado (leia-se Leo e Percy) ou algo que ativasse o lado feminino do meu cérebro (leia-se Percabeth, Caleo e etc) eu ia tapar a boca porque eu ficava com um sorriso muito idiota no rosto. E no dia seguinte até me perguntaram o que eu estava lendo com tanta inquietação, então provavelmente não fiz um bom trabalho.

O pior foi chegar de noite em casa e terminar o livro sem poder fazer absolutamente nenhum som, porque minha irmã estava dormindo.

Minhas risadas e minhas lágrimas foram silenciosas.

Impressões e Conspirações


A história é magistral, mas o clima é um pouco mais pesado comparado com os livros anteriores, talvez por causa da sensação de fim de mundo no livro ou pela sensação de fim de série na vida real, ou até mesmo porque os acontecimentos foram um pouco mais sérios (exceto pela viagem ao andar de baixo que Percy e Annabeth tiveram). 

O Sangue do Olimpo tem um ritmo frenético (talvez porque eu li em um dia) e angustiante (talvez porque eu não conseguisse parar de ler e ir estudar). Vou avisando, não leia em um dia cheio! Rick recheia esse exemplar com tantos cliffhangers que vai ser praticamente impossível deixar pra mais tarde.

Temos a volta de personagens incríveis que, pra falar a verdade, nunca nos abandonam. Temos a evolução de personagens que sempre estiveram lá, mas você nunca tinha realmente notado (não se preocupem, nenhuma evolução ao estilo de Pokémon como Frank Zhang em A Casa de Hades). E para a insatisfação de alguns (menos pra mim aparentemente, já que sou tão confiante com meus bebês que posso viver com toda e qualquer informação, por menos que ela seja) temos alguns papéis menores para grandes personagens (não foi um spoiler, eu juro! você vai amar todos eles!).

E quanto ao fim, não espere uma conclusão. Rick já avisa há anos que nenhuma de suas séries vai ter um fim definitivo porque ele gosta de escrever continuações e crossovers ele prefere deixar o epílogo na mente do leitor. E hey, se PJO teve HDO, quem não garante que Rick possa vir a escrever uma nova série? (ME DÁ MINHA CONTINUAÇÃO RICK! CONTINUAÇÃO DIRETA! QUERO NEM SABER DE HISTÓRIAS PARALELAS E CONTOS EU QUERO UMA SÉRIE NOVA COM CINCO LIVROS E QUANDO ELA ACABAR EU VOU QUERER OUTRA SÉRIE SAIBA QUE VOCÊ VAI CONTINUAR ESCREVENDO CONTINUAÇÕES ATÉ MORRER!)

Para os fãs de música eu tenho uma playlist em andamento para certos personagens e certos momentos do livro (Pode ser considerado spoiler, mas é só o nome das músicas)

Temos All By Myself (praticamente sempre que Leo aparece e pensa em Calypso, porque ele parte meu coração)
So Cold de Ben Cocks (para todo e qualquer momento de solidão - geralmente Leo, mas essa tocou praticamente o tempo todo em A Casa de Hades)
Salut de Little Mix (pra minha garota Reyna, porque ela incrível e completamente badass e toda girlpower)
E a reprise de Não Se Reprima (para vocês sabem quem)

Eu comecei essa playlist só de zueira, mas talvez acabe criando uma completa...

Foi um ótimo livro.
Foi uma ótima série.
Mas a história acabou. 

NÃO! AINDA NÃO! SÓ VAI ACABAR QUANDO EU DISSER QUE ACABA! NUNCA!

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

The Broken Empire (A História do Menino Lá dos Espinhos)

Comecei a querer ler a Trilogia dos Espinhos por conta de um mau hábito que não consigo largar. Eu amei as capas. Sério.


Acho que não foi só a capa. Eu também amei o título. E a sinopse. E tudo o mais. E olha que eu nem tinha lido a prévia quando decidi: vou ler!

A diferença é que, comparado com Battle Royale que eu também comecei a querer ler só por ver a capa, eu quebrei a cara com esse daqui.

Quatro meses. Foi esse o tempo que eu levei pra finalizar o primeiro livro da série – Prince of Thorns.

A série não é ruim, não, nem um pouco. Eu realmente gostei da trilogia. Mas digamos que, por conta da capa, da sinopse, do alvoroço que esse povo fazia em cima do livro me encheu de expectativas, e digamos que eu esperei mais. Bem mais. Ainda não sei se foi por contar de eu ter lido o livro em inglês. Quem sabe se quando eu reler em português minha opinião mude, mas até lá...

O carinha dos espinhos se chama Jorg. Príncipe Jorg Ancrath. O carinha tem só quatorze anos, mas já se acha o terror dos sete reinos do Império. Sai por aí cometendo maldades porque quer, tacando fogo em tudo porque quer, roubando as pessoas porque quer, enfim, ele faz o que quer porque ele é mau.

Mas ele tem um plano! (por favor, sintam minha ironia) Fazendo tudo isso ele vai, de alguma forma, virar rei e sucessivamente, Imperador...

E é claro que ele tem um passado. Papai nunca tinha tomado conta do pequeno Jorg direito – muito pelo contrário – e quando o príncipe tinha nove anos tinha testemunhado a pior coisa da sua vida. Após a carruagem que ele estava com a mãe e o irmão mais novo ser atacada, a rainha Rowena (é assim mesmo o nome dela?) conseguiu jogar o filho pela janela/porta/nãolembro e ele aterrissou em um arbusto de roseira-brava. Preso pelos grandes espinhos ele não pôde se mover e teve que assistir a mãe e o irmão sendo brutalmente assassinados [Isso não é spoiler, tá na sinopse do livro!] E esse trauma veio a corromper sua mentalidade inocente.

Sim, um passado muito, muito triste. Ainda assim, eu só queria rir sempre que o guri botava a pose de machão.

Por favor, entendam. Eu não odeio Jorg. De forma alguma. É só que, ao saber que o protagonista se tratava de um anti-herói eu esperava alguém mais inteligente, sabe? A atitude dele realmente me irritou no começo. No começo. Eu meio que tinha vontade de dar uns tapas de vez em quando, como se ele fosse uma criança. Não, péra...

Ainda assim, eu perseverei. E diria que sim, valeu a pena. Então, se você abandonou a série porque não aguentou a atitude do Jorg, acredite, a história melhora. Demora de melhorar, mas melhora! Melhora a ponto de eu conseguir superar o moleque birrento que batia o pé pra pegar o trono de volta e finalmente conhecer o menino menos birrento que têm tendência a cometer maldades e compreender que ele faz muita, muita besteira. Acreditem, a primeira melhor coisa a acontecer é você ver que Jorg realmente amadurece.

Sem falar que o estilo de escrita do Mark é excelente. A melhor parte eram os flashbacks. Gente, tinha vez que eu ansiava pelos capítulos situados no passado. Voltar pra poder entender tudo, sabe? Mark deixa de esclarecer tudo propositalmente pra poder contar com os flashbacks, e isso só na hora que ele quiser. Aqui eu afirmo, a divisão história de passado e presente e a revelação gradual de cada um deles foi excelentemente feita, e digamos que foi graças a isso que eu consegui finalizar o primeiro livro. Depois do primeiro tormento livro, os restantes fluíram como água...

Finalizando antes de entrar na Spoiler Zone, eu sinceramente devo dizer que Mark Lawrence subiu gradativamente no meu conceito. Eu senti que acompanhei não só o crescimento de um personagem, mas de um estilo de escrita. A Trilogia dos Espinhos têm seus momentos ruins, mas têm incontáveis momentos incríveis – digo isso no quesito de escrita, porque não acontece quase nada de bom na série – e me garantiu um bom momento de leitura (exceto talvez os quatro meses de leitura no primeiro livro, o resto foi beeeeem mais rápido).

Como seria injusto julgar um livro pela capa, também acho injusto julgar um livro pelos seus primeiros capítulos, ou uma série pelo primeiro livro. Então, aqui vem uma pequena análise de cada livro separadamente. Cuidado, você está prestes a adentrar na Spoiler Zone...


quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Battle Royale (A Batalha Real dos Jogos Vorazes; ou vice-versa)

Para os que lerão, que fique evidente que esse texto/resenha é sobre o LIVRO e não o filme Battle Royale. Apenas comecei o filme, mas já vi que existem grandes mudanças em relação à história original.

Capa da edição brasileira. Linda *-*
Como uma grande leitora da trilogia Jogos Vorazes, uma das coisas que eu mais via na Internet eram protestos e denúncias contra Suzanne Collins por ter plagiado uma das maiores obras japonesas: ‘Battle Royale’ escrita por Koushun Takami.

Tá, primeiro eu não quis nem saber! Collins era diva e Katniss também, e só porque os japoneses tinham uma batalha até a morte em um local fechado não queria dizer que Jogos Vorazes era plágio.

Não era nada contra o Japão, na verdade eu já gostava bastante de ler mangás e assistir animes, era apenas eu – na época com 15 anos – defendendo uma das minhas séries favoritas. E, como não havia uma publicação brasileira, eu nunca pude ler e tirar minhas próprias conclusões, e eu sempre tive algo contra ver filmes antes de ler livros então nem procurei a adaptação cinematográfica, mas o fato é que, com o passar do tempo e a dificuldade de encontrar esse livro com uma mera tradução pra língua portuguesa, o assunto morreu em minha cabeça.

Até que a Globo Livros finalmente trouxe a obra pro Brasil, depois de cerca de quinze anos, finalmente, e, apesar de não ser correto julgar um livro pela capa, eu absolutamente AMEI e quis ler com todas as minhas forças só por causa da lindeza que eu achei essa capa diva! (Sério, como não ama??)

Os primórdios (ou simplesmente Incidentes Pré-leitura)


Como vocês sabem, no Japão os nomes não são nem um pouco parecidos com os nomes que encontramos aqui no Ocidente, e quando eu comecei a ler minha reação foi: “Caraca, daqui que eu aprenda o nome desse povo vão tá tudo morto!” e eu criei um método muito simples pra me lembrar de cada um...

Fiz uma lista! (Sério, fiz mesmo...)

Era muito simples – nome, número de chamada e qualquer breve descrição que fosse dada sobre o personagem. Daí, quando ele se referisse à alguém, bastava olhar no papel e ver quem era quem...

E no fim das contas eu nem precisei usar a lista além de uma vez que eu confundi o nome de duas personagens com nomes muito parecidos. 
(;一_一) Ou seja, vocês também não precisam fazer uma.

Então, início de leitura adiado porque eu estava fazendo a bendita lista, mas o fato é: Me apaixonei no primeiro capítulo e não quis largar mais!
(。◕‿‿◕。)


Meu casamento com o livro (ou simplesmente Minha Opinião)


A história se passa no Japão (ah vá!) em uma realidade distópica (distopias *supiro*) onde o Japão agora faz parte da Grande República do Leste Asiático que está em uma guerra fria contra o Império Americano (é isso mesmo? nem lembro). O governo futurístico japonês é chamado de Fascismo bem sucedido – o ditador governa, o povo obedece e o exército mata – que veio a isolar todo o país do que acontece no resto do mundo (você só tem que saber o que o governo quer que você saiba). Dentre as proibições óbvias – livros que venham a influenciar um levante, censura à liberdade de expressão – o governo também proibiu o povo de ouvir Rock! (ಠ_ಠ) (estivesse eu nesse tipo de ambiente e não tinha mais governo não!) Fataço: o governo percebeu que pessoas que ouvem Rock tendem a serem mais críticas. Orgulho do meu gênero musical...

Fanart por adamrabalais
Enfim, depois de um tempo foi criado o Programa (não, não era chamado de Battle Royale, apenas de Programa) que, segundo o governo, era necessário para pesquisas no campo militar – mas vai acreditar no governo. Como funciona? É bem simples: uma classe do terceiro ano da Junior High School (algo equivalente à 8ª série/9º ano no Brasil) é sorteada aleatoriamente. Depois, todos os alunos são levados a um ambiente fechado, geralmente uma ilha, e então começa o 74º Jogos Vorazes. –sóquenão

Todos os alunos são equipados com um colar com um rastreador (que só pra deixar a coisa mais legal, explodem se eles tentarem abrir ou entrarem em uma zona proibida durante o jogo) e uma bolsa com comida, água, bússola, mapa, lápis, e uma arma aleatória. E o objetivo? Ser o único vivo no final. (E é aqui, somente aqui, que existem semelhanças com JV).

A história começa com 42 estudantes e apesar de ser narrada em terceira pessoa estamos quase sempre na visão do protagonista Nanahara Shuya (sim, prefiro a forma japonesa de me referir aos personagens). Shuya é órfão, é roqueiro de verdade, odeia o governo, toca guitarra, e eu o amo! Mas sempre que a narração muda para a visão de outra pessoa tenha certeza: ou o personagem morre ou testemunha altas tretas.

Dessa oscilação de narrações surge uma particularidade muito interessante que eu achei absolutamente incrível, uma tirada de gênio: os flashbacks. Quando a história começa não sabemos nada sobre ninguém, mas toda vez que se muda de personagem (leia-se de Shuya para outro aí) nós começamos a compreender melhor cada um, a entender a história e as circunstâncias que eles estão envolvidos. Algumas histórias dão repulsa ou pena, outras fazem os olhos brilhar e em alguns casos podemos até nos apaixonar pelo personagem. Daí ele morre. (ಠ)

Tá, nem sempre. Alguns, como os personagens que testemunham as tretas duram mais tempo que a maioria. Acho que tem até uma parte que vão quase quatro capítulos sem mortes, só flashbacks e background dos estudantes e você começa a acreditar que talvez agora tudo dê certo ou que menos pessoas vão morrer ou que esse vai pelo menos durar até o próximo capítulo. Daí morre de dois até quatro personagens ao mesmo tempo. Eu nunca via as mortes em massa chegando (ಥಥ)

Choros, sangue e mortes a parte, devo dizer que cada personagem é narrado com tanta excelência que mesmo que você não goste dele você não pode negar que é muito bem feito. Com oscilações entre paranoias e crueldade, e o número de estudantes descendo vertiginosamente, Battle Royale é um livro que nunca fica chato. (Cês acreditam que eu fui dormir três da manhã por causa dele?). E é claro que mesmo com as probabilidades no fundo do poço ainda tinha muito de fangirl em mim pra ficar shippando loucamente eu ainda conseguia encontrar um lugar pro bom e velho romance (em nenhum aspecto semelhante à JV).

Enfim, eu poderia ficar aqui horas e horas falando sobre o quão magnífico foi esse livro, o quão puras foram as lágrimas que eu derramei por causa dele (dessa vez fui forte, só cinco) e o quanto eu me agonizei e ansiei pelo fim (muito bem elaborado por sinal e é só isso que direi (´∇`)  ).

E afinal tudo o que eu quis dizer com esse texto foi... (ou simplesmente Conclusão)


Conclusão sobre Battle Royale?  Incrível! Maravilhoso! Uma obra de arte! A única coisa que passava em minha cabeça quando eu lia era: ‘Caramba! Porque eu não li esse livro antes?’ (É claro, se você ignorar os ‘NÃOOOOO!!!! PORQUEEEE?????’ ou ‘AGORA SIIIIM!!!! É ISSO AÊÊÊ!!!! TOMAAAA!!!’ ou até mesmo os ‘VÉI!! COMO ASSIM, VÉII??!!! COMO ASSIM?! NÃO, VOCÊ NÃO!!!’)

É tão bom assim? Sim, é! Melhor que Jogos Vorazes? Ouso até dizer que SIM! Então JV é mesmo uma cópia descarada de BR? Não, não é.

Sério gente, a única coisa que as duas histórias têm em comum é ‘Um grupo de pessoas é posto em uma arena/local/ilha/whatever e devem lutar até que só sobre uma pessoa’. Mas por favor, se for pra colocar todo livro com um núcleo semelhante a outro então tudo o que restará será plágios e mais plágios (Percy Jackson é plágio de Harry Potter, Divergente é plágio de Jogos Vorazes, Diários de Um Vampiro é plágio de Crepúsculo, A Culpa é das Estrelas é plágio de Um Amor Para Recordar, enfim...). Mas o que tanto os fãs de Jogos Vorazes quanto os de Battle Royale parecem esquecer é o quão diferente os ambientes e todo o cenário do livro são, o quão diferente os propósitos dos autores com cada livro são, pelamor, nem mesmo o tipo de narrativa é semelhante!

Então, se você gostou de Jogos Vorazes você vai amar Battle Royale (a menos que você tenha algo contra mortes violentas em excesso), e se você amou Battle Royale com certeza vai gostar de Jogos Vorazes (a menos que você tenha algo contra triângulos amorosos eu tenho, mas nem liguei). Leiam e amem ambos e parem com a discórdia aí fora. And may the odds be ever in your favor ( ^_^ )

Oh, someday girl I don't know when
We're gonna get to that place where really wanna go
And we'll walk in the sun
But till then tramps like us, baby we were born to run
Born to Run - Bruce Springsteen
Entendedores entenderão

Coisas importantes (ou simplesmente Notas Finais)


O autor da fanart no texto é adamrabalais  - visitem a galeria pra conhecer outros trabalhos
Battle Royale é publicado pela Globo Livros aqui no Brasil.
Jenifer ainda não possui um exemplar de Battle Royale, mas ela com certeza aceita doações. :) [EDIT: eu comprei! eu comprei! achei barato e com frete grátis e comprei! agora eu tenho!!!]